De repente você acorda...

Acho que a frase mais imbecil que inventaram foi essa: " Mãe é tudo igual, só muda o endereço." Família é  tudo igual, mas no fundo todo mundo se ama. Esta generalização mais uma vez IMBECIL é de uma crueldade tamanha. Por muito tempo, venho observando que isto não procede. Família, são pessoas com as quais temos laços de afetividade, o que  já não é nada fácil, considerando que, com quem temos vínculos consanguíneos a adaptação já é complicada. As vezes suportamos porque já conhecemos e convivemos por muito tempo. Alguns com visão Cármica, acreditam que a família é composta por membros de pessoas que em outras vidas eram inimigas entre si. Pensando nesta visão e, em muitos casos que vejo por ai, bem que faz sentido.E a criança que cresce num ambiente onde não reconheceu esse amor de mãe tão latente, tão hipnotizante pregado na mídia principalmente nos feriados de dias de Mãe, certamente sente-se um ser extraterrestre. O julgamento da sociedade também é cruel, pois já ouvi pessoas dizerem que se a mãe não aguentou criar " boa coisa a pessoa não poderia ser." Parece ser obrigação para a pessoa se sentir dentro de uma sociedade " normal", dizer que se dá bem com todos os familiares e são poucos os que realmente possuem este vínculo tão forte. Tudo é normal, de acordo com o contexto.Com isso, não quero aqui pregar a apologia ao desapego familiar nem tampouco à falta de amor materno, até porque, já teria sido condenada e certamente cumprido sentença. O objetivo aqui é outro. Me enojo com certos padrões perigosos e sutis que rondeiam a nossa sociedade hipócrita, me preocupo com aquelas crianças que vivem em universos bem diferentes dos considerados normais e que são obrigados a fingir que assim o são, para agradar alguns professores com mentes ultrapassadas e a um sociedade cruel. Quando inventam então  de fazerem presentes para o Dia das mães ou dos pais e por ai se vai, crianças que nem conhecem as vezes o pai,ou são molestadas física ou emocionais por um deles, e que as vezes não têm uma referência feminina ou masculina para considerar.Digo por que vim de uma realidade familiar muito diferente, desunida, sem pai, como filha mais nova, sem afeto, sem carinho, muita cobrança, pouca ou nenhuma compreensão. E viver assim com esta referência, nunca me foi fácil. Até um dia que subitamente tornei-me mãe e procuro, longe de ser perfeita, mas me  aproximar um pouco  da docilidade desta palavra. Não tenho ódio do passado, até porque ele está tão presente quanto eu, tenho tristeza de não poder lembrar com docilidade essa fase tão abençoada de pertencer a um grupo e se sentir amada pelo simples fato de você existir e ser o que é. Também a religião não ajudou muito. Pois prega que quando a pessoa não quer mais fazer parte dela, deve ser expulsa e considerada como uma pessoa a se repudiar. E então, quando a família não tem características afetivas reais, uma situação como esta, agrava-se mais ainda. Não é fácil chegar aos quarenta e acordar para a vida real e parar de querer mudar o coração de pessoas mais velhas que você que simplesmente não querem entender o verdadeiro significado da palavra amor. E então, conforme , dito pela psicóloga, quando lhe perguntei: " Quando é hora de parar de tentar ajudar, clarear a mente das pessoas ou tentar fazer a diferença num ambiente hostil?". E ela me disse: " Até onde isto não estiver te fazendo mal."Pra mim literalmente já deu. Tenho hoje com mais força uma Pessoa, que sei que posso contar sempre e que NUNCA irá usar o que LHE digo , contra mim mais tarde. Essa Pessoa é o Pai a quem eu conheço. O meu Deus.Encerro o meu desabafo com uma frase de Martha Medeiros que copiei do Blog de Roberta Carrilho: 


"...Negue-se a participar de coisas em que você não acredita ou simplesmente o aborrecem... Presenteie-se com Boa música, Bons livros e Boas conversas. Não troque sua Paz por encenação."
Martha Medeiros



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