Te encontrei ! – Mais uma vez! (para a nossa alegria!)
E então na minha caminhada natural, o
noto sentado sem camisa, apreciando o nascer do Astro Rei. O suor em gotÃculas
se espalhando pelo corpo malhado. O que fazer? Penso eu. Procurar conversa
seria muito óbvio! Alongo-me desta vez, bastante, até demais, dando tempo, pra
surgir uma ideia, oportunidade, sei lá! Dou uma discreta olhada para os lados e
continuo a caminhada, pensando comigo mesmo: “Burra! Porque não falou com ele?
“ E a minha outra eu, puritana dizia : “
Não pode! Deixa ele tomar a iniciativa! Vai perder o gosto da conquista!” “ Que
gosto da conquista que nada! – retrucava a eu “prafrentex”- Homens já não são mais assim, gostam de mulheres de
atitude! “- E enquanto as minhas “eus”
dialogavam na minha cabeça numa bipolaridade total, eis que percebo alguém
correndo atrás de mim. Não, não correndo atrás de mim, como se quisesse me
pegar, quer dizer, será? (dúvida no ar). Fazendo o exercÃcio da corrida e
logicamente estava na posição detrás de mim e, surpreendentemente, ouvi mais um
bom dia delicioso e a agradável pergunta: “Prefere caminhar? Não gosta de
correr?” Dentro de mim eu pensava: “ Com você eu corro as três Américas de
norte a sul coisa linda da mamãe!”. Ai! Mas que cantada boba, grotesca! Não
falei (graças a Deus! Ufa!), apenas com uma voz quase rouca que não saia,
embolei palavras que nem eu sei o que e como falei, mas lembro-me, “vagamente”
que informei para ele que a caminhada era mais confortável para mim, ainda não
poderia forçar os exercÃcios. E ele me disse ofegando, por causa da corrida: “Ok,
faça o que te faz bem e vá ao seu ritmo, agora preciso correr mesmo, fiquei
apreciando a beleza da paisagem e perdi a hora, preciso trabalhar!- Deu uma
discreta piscada por baixo dos olhos num sorriso discreto e disse: Boa
caminhada! Tchau!”. Morri! Bateu-me uma tontura! Jesus! Lembrei-me daquele
trecho da música: “De tanto levar frechada do seu olhar, meu
peito até parece sabe o quê? Tábua de tiro ao alvaro, não te mais onde furar.
Teu olhar mata mais do que bala de carabina, do que veneno estriquinina do que
peixeira de baiano...” Imagine que só foi uma olhada! Falta de ar! Uma dúvida cruel subia na minha cabeça: Esta
paisagem seria o nascer do sol ou (...) ficou algo subentendido! Hum... Como
estas coisas são capazes de nos deixar com sorriso bobo! Mas onde será que
aquela beldade trabalha? Quem tem o privilégio de conviver com aquela paisagem,
sim que bela obra de arte meu Deus! Terminei a minha então “boa” caminhada, volto para casa animadérrima.
Nunca senti tanta vontade de acordar cedo e malhar!
To be continued
Iracema Correia
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