OBSERVE mais e veja MENOS!!
Observar é muito mais do
que ver com os olhos físicos. Observamos situações, fazendo análises mentais,
sem nem mesmo estarmos nelas, fisicamente. É algo que a intuição e a
experiência nos ensinam, independente da idade. Isso porque creio que a
maturidade é algo que necessariamente não está relacionada com os anos vividos,
mas sim com o que fazemos destes anos e como o aproveitamos. É muito comum,
observarmos pessoas, com idades biológicas iguais e com comportamentos
completamente diferentes, idades mentais em tempos diferentes. Alguns, querendo
curtir uma adolescência não vivida, homens comprometidos desde a adolescência
querendo pegar todas, pois não viveu o que tinha de viver, enquanto outros
sendo sérios demais para a idade, entre tantos exemplos. Nada contra, cada um
sabe o que é melhor para si. A capacidade da observação é maravilhosa. Quando
temos como aliado o autoconhecimento, conseguimos silenciar a mente e adquirir
o êxtase no sentido de afastamento físico de uma situação e passamos a
enxergá-la de longe e ainda ver os atores no palco da vida. Quando somos
observadores, conseguimos ter sensações, o que alguns chamam de ser sensitivo.
O tempo e o autoconhecimento aperfeiçoam isto, quando queremos, ao ponto de
começar a “sentir” e entender uma situação, sem nem mesmo estar presentes nela.
É incrível como neste mundo de imagem, surge a necessidade de tudo que é visto
com os olhos físicos ser considerado digno de confiança. Qualquer situação pode
ser simulada e nem sempre o que vemos, nem sempre, é o que é. Pessoas têm a
capacidade de fazer um marketing pessoal tão eficaz que a olho “nu”, nos
apaixonamos e até endeusamos se for o caso, porém quando nos aproximamos mais
de perto, convivemos por um certo período e passamos a observar bem as suas ações,
em muitos casos, o que vemos, são egos obesos e mente anoréxicas. Muita
infantilidade falta de maturidade diante de situações diversas. De fato, só
conhecemos uma outra pessoa através da convivência e das circunstâncias. Por
isto ocorre muita decepção em relacionamentos. Acreditam no que vêem, na imagem
apresentada ao olho físico. E começam a criar grandes interrogações nas suas
mentes, dúvidas, pois não conhece quem de fato, está ao seu lado. Pessoas vivem
buscando “ver” em celulares, ligações, fotos e mensagens que possam lhe dar indícios
de quem é a pessoa com a qual estão envolvidos quer como amores, amigos, entre
tantas relações. Como não podem inserir um chip na pessoa com a qual está
envolvida, chegam ao extremo de colocarem vigias para segui-las, monitorarem-nas,
vasculham e policiam as suas redes sociais, pedem para amigos bater papos com
elas, fingindo serem outras pessoas, batem plantão na porta da casa, chegam de
ponta de pé em casa para poderem ouvir conversas e por ai se vai. São pessoas
doentes que precisam ver para entender as coisas que se apenas observassem, se
tivessem a capacidade da observação aguçada, conseguiriam perceber sinais de
longe. Esta imaturidade acaba por fazer a pessoa crer que o outro lhe pertence.
E, portanto, deve ser monitorado com um bem físico que pode ser tomado de
assalto. Ninguém pertence a ninguém e quando chegamos a este ponto, entramos
numa dança doentia e perigosa. Fazemos bem em evitar estes tipos de
relacionamentos. Na verdade, ninguém rouba ninguém. Deixamos ser “roubados” por
nós mesmos quando fechamos os olhos à realidade. Paramos de observar o nosso
comportamento em relação ao outro e o comportamento do outro em relação a nós
mesmos. O outro dá sinais, muitas vezes não visíveis, mas com uma boa
observação sentimos, quando estamos sendo agradáveis, amados, queridos, etc. Só
não enxergamos quando não queremos. Nem sempre o que vemos com os olhos físicos
constituísse uma verdade absoluta. O palco da vida talvez seja mais complexo do
que pensamos. Basta observar, não apenas ver. Por isto estou percebendo tudo e
só observo.
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