Quem sofre é quem deve tomar providências!
Assistindo a um programa de TV, muito
popular, vi um quadro que, como mulher me incomodou pra caramba. Um marido que
acha que trabalhando e “sustentando” a casa, levando a mulher para a feira aos
domingos seria o suficiente para dizer e acreditar que ama ela. Enquanto isto,
sai três dias nos finais de semana com um amigo solteiro, e volta para casa
quando quer. E o pior de tudo, deixava o “amigo” discutir e ofender a mulher e
ele como marido, ainda apoiava o “amigo” que de forma cínica, machista, chamava
a esposa dele de chata. Lamentável. Não para eles dois, pois a situação era cômoda
para ambos. Era confortável para ele, no caso o marido, continuar a vida de
solteiro, tendo quatro filhos, uma esposa em casa para cuidar dele e dos filhos
é claro. Lamentável para ela, uma mulher que trabalha, independente, dizendo
que amava o marido e que a culpa era do amigo, se colocar numa situação onde
sofre, mas provavelmente se acomoda em nome de um amor maior do que o do por
ela própria. Estranho é ainda ver que situações como estas existem e se
repetem, em vários tipos de relacionamento. A mulher que deve criar os filhos,
que é a líder na iniciativa de limpar a bagunça que uma equipe inteira fez, e
ainda ser bonita, ter disposição para o chefe (marido) para quando ele precisar
dos “seus serviços”. Como soa estranho quando estamos de fora de uma situação.
Sem discursos machistas ou feministas, porém relacionamentos são construídos
por combinados. E mantidos por permissões que damos. Se aceitamos certas
situações, elas criarão raízes e depois, não entenderemos o porquê de estarmos
envolvidos num emaranhado de problemas sem saída, sufocados sem entender onde
estamos. Por vezes é preciso ter coragem para sair do cenário para observarmos
a nós mesmos atuando e, tomar certas medidas. É preciso ter coragem para “engatar
a marcha ré” em certas situações. “Ré-começar”, juntos ou separados, “Ré-organizar”,
“ Ré-iniciar”, não necessariamente nesta ordem, mas engatar esta marcha e “Ré-analisar”
onde foi que a coisa toda começou, a origem que desencadeou o problema e no
caso, atacar O PROBLEMA e não a pessoa ao nosso lado. Tudo vira hábito e por
medo de desagradarmos ao outro, acabamos por ferir nossos sentimentos. Passando
por cima da nossa felicidade em troca de uma vida de mentira. Mas para tudo há
saída, e sem dúvida alguma, uma boa conversa e uma nova postura, para que não
repitamos padrões. Daí não culparemos a má sorte, pelo fato de vivermos
relacionamentos infelizes, sempre atraindo as mesmas situações. É preciso
acordar enquanto é tempo, relacionamentos amorosos é uma via de mão dupla,
quando um não quer, não dá para uma andorinha sozinha fazer verão. É preciso
ter coragem para dizer adeus à certas situações que nunca mudarão. É
imprescindível ser feliz agora e se amar enquanto é tempo.
Sejamos felizes da forma que acharmos mais apropriada para
nós, mas... sejamos felizes!
Iracema Correia
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