WILDI WILDI COUNTRY- Minhas impressões sobre o OSHO, sobre gurus, e coisa e tal.








A primeira vez que vi a foto do OSHO ou Bhagwan, foi num site famoso, de autoconhecimento. A primeira impressão, sem dúvida, é a que fica. O olhar dele, além de ter olhos sampaku, que já assustam, só de olhar, pelo menos a mim, algo no olhar dele me incomodou, meio sombrio, não vi a tal amorosidade que certa colching sempre afirmava ver nos olhos dele. E que se nós não víssemos tal amorosidade,segundo ela, era porque dentro de nós, ainda havia muito ego. Putz! Pensei: Eu não gosto do olhar dele, me assusta! E não necessariamente tem a ver com Ego e sim com a capacidade de desconstruir mitos que graças ao bom Deus eu tenho. Criei o excelente hábito de antes de ler qualquer publicação, analisar a fonte, os aspectos políticos, econômicos e sociais da época, para não cair no anacronismo, maniqueísmo e também, pesquisar a corrente filosófica, política, social e econômica que o autor segue, a fim de me situar. Ainda mais em época de internet e Fake News, quanto mais fizermos isso, melhor. Sou muito profunda, não gosto de coisas rasas, sou pesquisadora nata.


Bom, comecei a ler muitos pensamentos dele e cada um mais interessante do que o outro. Muita sabedoria descrita em palavras simples e compreensíveis. Facilmente, sem rodeio. Nada prolixo o que não suporto numa escrita. No entanto, os livros deles não foram escritos por ele e sim, eram palestras anotadas e gravadas pelos seus discípulos. Passivos então de muita emoção ou erros, ou exageros, vai saber, tamanha adoração que os mesmos tinham por seu mestre, guru. Porém o cara era um filósofo de direito e de fato. Enfim, o documentário deixou margens para algumas questões não bem explicadas, me fascinou por seis longos episódios. O que é muito raro isto acontecer, no meu caso, algo me prender tanto a atenção pois , é sempre mais do mesmo, muita paixão envolvida para descrever assuntos controversos, levando o espectador à tendência desejada pela produção do mesmo. Neste documentário foi diferente, ora você ficava a favor da cidade de Antílope, pessoas pacatas, septuagenárias, que queriam preservar a sua cultura, ora a favor dos seguidores do OSHO. Era uma dança fascinante de incertezas e certezas. Loucura total! Porém em nenhum momento, eu vi no OSHO, essa amorosidade, de forma fria e neutra, vi um homem comum, esperto, não sábio, com desvio de caráter, atraiu muitas pessoas de classe média alta falando coisas que faziam cócegas nos seus ouvidos, utilizou de um recurso muito comum em que as pessoas utilizavam para se criar mitos, uma áurea de misticismo, santidade, tornando a sua presença algo raro, o que tornava a mesma muito preciosa, em tempos de pouca tecnologia moderna, e colocou uma testa de ferro pra ser a primeira a levar a fama se alguma merda desse errado. E dando, a melhor forma de se defender era, culpar a pessoa de estar louca. Sendo mulher então, bastava alegar que, por ciúmes dela, ele estava sendo acusados de crime que nunca cometeu, a velha alegação de “ eu não sabia de nada” , “ foi a mulher que tu me destes” e por ai se vão. Criou a ilusão de um mundo perfeito, onde ele era o Deus, quando viu o bicho pegar, mandou queimar tudo.... Típico de psicopata que abusa emocionalmente de pessoas com baixa autoestima. De pessoas que precisam ser valorizadas, escutadas. Uma fala de Sheela me prendeu a atenção, quando ela falou sobre os desabrigados da América que iam aos montes conhecer e morar na cidade criada por ela, para o OSHO e seus seguidores a cidade de Rajnesspuran:



“ ...Se você os respeitar , eles vão lhe respeitar 10 vezes mais.” Essa MULHER me impressionou por tamanha capacidade de liderança e organização. Extremamente determinada e assertiva nas decisões, não questiono aqui sobre os seus atos criminosos, os quais a mesma pagou, mas sim a sua lealdade e fé, algo bonito e ao mesmo tempo, perigoso de se ver, pois quando um homem instável lidera um grupo, tudo pode se esperar. Enfim, a cidade de Antílope se assustou com aquela gente nova porque conforme uma das moradoras: “o desconhecido é o que tememos.” Eles começaram a aumentar de tamanho muito rápido, os moradores reagiram e pediram a ajuda de um dos vizinhos famosos que era nada mais nada menos que o fundador da Nike. E a briga começou: Ação gerando reação. E cada ação mais agressiva do que outra.


Vejo pessoas de vermelho, rosa, lilás o tempo todo, em mentes limítrofes, inteligentes, mas nãos sábias, buscando uma paz fora de si, vi também pessoas extremamente conservadoras, do outro lado, assustadas com a liberdade sexual atraída nas pregações do OSHO. Eram orgias que assustavam, e segundo alguns indianos, muitas pessoas morreram de doenças venéreas por conta dessa liberdade toda. Afinal, o que é liberdade mesmo¿ Lembro agora da música de Legião Urbana. “Disciplina é Liberdade”. Vejo pessoas ocas, vejo um homem conivente, lucrando com o seu ideal, lucrando muito. A riqueza não deve ser condenada, mas se junto com ela estivermos violentando moral e espiritualmente alguém, é algo a se questionar. Enfim, na era da internet muitos deuses são desconstruídos, e outros, apesar de provas e provas, mantidos, pensemos agora naquela época, onde a mesma tecnologia nem estava a dispor assim. Ainda assim, vemos ídolos, principalmente no Brasil, crescerem diante dos olhos de um povo que possui em sua maioria, baixa autoestima e esses calhordas, sabem disto, farejam isto. Muitos ali ficaram na cidade porque, Sheela, a responsável pela cidade percebeu a importância de dar aos desabrigados, subsistência, um senso de comunidade, família e suposta liberdade para pessoas sem rumo na vida. E aquelas roupas vermelhas e rosas, um mar de vermelho...


Enfim, vou ali, comprar um livro do OSHO e aproveitar também para escolher meu tênis da Nike. O tênis eu vou comprar....










“Desconfie de todo ideólogo que lucra com o seu ideal.” Millôr Fernandes






Devemos acordar que, adotando mestres ou gurus, estaremos propensos a ter crenças emprestadas e a ter o caminho mais estreito para desfrutarmos a nossa consciência que nos foi dada por DEUS. Essa consciência e maturidade, é lenta, é um processo, lento, mas transformador, como o da borboleta saindo do casulo.






Namastê






Iracema Correia



















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