Inclina os teus ouvidos, Ó Deus!







Especialmente hoje foi um daqueles dias que preferiria que não existisse em minha vida. Um dia de tensão, ou melhor, uma semana de tensão. Tão intensos que chega estou a flutuar. Ainda dizem que não existe Inferno Astral. A 21 dias do meu aniversário, o mundo está ao contrário e ninguém reparou. Por volta de dezembro esta "coisa" é o que posso chamar, intensifica mais ainda, também. É o meu ascendente firme e forte mais do que nunca, exibindo o seu sofrimento no período que antecede o seu aflorar. Astrologicamente falando, tem-se aqui uma explicação viável. Porém renomados astrólogos não confirmam esta teoria de Inferno Astral, dizem assim ser, uma teoria medieval. Teoria medieval ou não, sei o que sinto. A barra pesa pro meu lado em maio, junho, julho, novembro e dezembro. Quer dizer, pesa mais. Isso porque já sinto o peso do mundo nas minhas costas há muito tempo. E isto tem me cansado muito. Ao ponto de eu perguntar à Deus, qual é a DELE comigo? De forma alguma é um desrespeito, é excesso de intimidade. Eu converso com ELE todos os dias, toda hora, me levanto, como, compro, dirijo orando à ELE. As vezes a mente dá um nó complicado de desatar. E então eu choro, eu me desidrato, eu chuto o pau da barraca, me entrego, vou à lona, bato no chão, peço PP1 ( não sei o que isso quer dizer) mas, Misericórdia!!!! Sim. Que ELE na SUA condescendência tenha piedade desta alma que sofre muito, as vezes em silêncio, as vezes num sorriso, " mesmo no riso o coração talvez sinta dor" ( Texto Bíblico). Quem tem Fibromialgia não precisa de mais sofrimento, pois a Fibromialgia é a epítome do sofrimento. Para que mais sofrer? Tenho vontade de entrar no útero materno e lá ficar no quentinho, protegida. Este mundo por vezes me assusta. E quanto mais velha fico, mais sensível ainda. Não consigo nem mais pensar nos porquês e nem explicar tamanha dor. Hoje fiquei pensando que a vida nunca é justa. As pessoas aprontam, magoam deliberadamente outras, mentem e ainda assim, existem pessoas que as amam, deste jeitinho que são. Encontram amores de toda forma. Sendo mal caráter ou não, com vícios ou não. É aquele caso do filho que mais apronta que parece ser o mais amado. Neste caso, há um amor incondicional da mãe e do pai, para alguns, mesmo assim, neste mundo, há mais advogados do Diabo do que de quem anda correto, faz até a gente pensar se vale a pena ser correto. Quando paro e penso na força da Lei da Atração que, pelo menos para mim, chega numa força tão destruidora, desisto rapidamente da chance de levar uma vida inconsequente.Comigo a coisa é séria, não dá para brincar mesmo. São quase quarenta e três anos de muitos questionamentos e uma depressão que me acompanha fielmente. E com ela as dores no corpo que parecem punição. Sinto que sou um fardo para mim. Imagina para os outros? Quem quer estar ao lado de uma pessoa que mais é inútil do que útil ? Só muito amor viu!Este é o amor que sinto falta, para mim é uma impossibilidade, digamos que uma utopia. Desconheço este amor. Eu não desejo para ninguém esse cárcere que é a Depressão e a Fibromialgia.Por outro lado, parabenizo ( como se os  meus parabéns, fizessem alguma diferença) aqueles que amam alguém de forma tão pura que os aceitam como são e procuram dar o melhor para estas pessoas, não se sentem usadas e sim, amadas também.É lindo de ver! Meu sonho de consumo. Sou muito mais julgada e condenada do que realmente compreendida. A vida nunca pegou leve comigo e nunca vai pegar! Tô calejando já. É que tem horas que para não enlouquecer eu grito. Na esperança de que Deus se assim achar possível, pelo menos, me conceda o privilégio de cruzar com pessoas que entendam que eu estou doente e que nem sempre é fácil levantar a cada dia, quanto mais , viver. Não está sendo fácil. Já me disseram que eu peço muito pouco a Deus. É porque este pouco que peço, tem sido tão difícil para eu conseguir que não imagino pedir mais nada. Quando penso em realizar os meus sonhos, o medo da perda é tão grande que me vejo no conto de Orpheu e Euridice da mitologia Grega. São tantos desencantos, inseguranças e incertezas que a felicidade é tão desejada e ao mesmo tempo, assustadora e frágil, como um sabonete dentro d'água, " (...) quanto mais a gente agarra mais ele cai da nossa mão(...)". Não sei lidar com ela, pois quem sempre andou comigo, foi a tristeza. Eu em! Hoje eu tô demais! Enfim é mais um Desabafo. Pelo menos, sufocada ou entalada eu não morro. 

Pra baixo, totalmente down.

Iracema Correia

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