O tempo é relativo para cada um.
Ouvimos muito isto: "olha, o tempo está passando." Que tempo? O cronológico? O emocional? O fÃsico? Fazendo uma separação meio que subjetiva sobre este tempo, lembro-me de carros andando na pista. Uns em 80 Km/h, outros em 120 KM/h, alguns surpreendentemente em 60, talvez carregados de mercadorias, de produtos tóxicos, no seu canto, evitando a pista de velocidade, apenas indo na mesma direção que os outros.Cada carro um destino. Ainda na mesma direção e com tempo e velocidades diferentes.Lembro-me de ter enfrentado um engarrafamento de três horas onde não passava da primeira marcha, muito raro a segunda. Pessoas paradas na pista, conversando, rindo, fazendo amizades. Quando desengarrafou, a pessoas entraram em suas " cápsulas do tempo" movendo em diferentes ritmos e um, infelizmente não controlou a velocidade. Acelerou tanto que acabou numa vala entre duas pistas, tão destruÃdo quanto uma latinha de sardinha amassada. Passei direto, outros pararam.Não tive estrutura pra ver e também, nada poderia fazer. Pensei na famÃlia, no telefonema para avisar. Enfim...o tempo é o senhor da razão. Cada um tem o seu para amadurecer, observar e tirar conclusões, desistir, voltar ou simplesmente se jogar no abismo da pressa, atropelando sentimentos, invadindo espaços, desrespeitando regras, manipulando os caminhos de outrem, como senhores da vida. Qual o nosso melho ritmo? Acredito que seja aquele que nos permita conduzir dentro de uma velocidade que não nos prejudique, não machuque o outro e que nos permita o controle do volante. Afinal,embora a viagem possa ser cheia de desafios, tenhamos paciência e sabedoria. No tempo certo, chegaremos lá, bem, sãos e salvos para desfrutar do nosso destino.
Iracema Correia
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