Que não tardemos em escrever uma nova história.



Somos autores da nossa própria história. Em parte concordo, em parte não. Somos senhores do nosso destino no presente momento em que tivermos condições emocionais e mentais de entender e perceber o mundo que nos gira. Sermos capazes de olhar como que de fora, diante de uma situação, se afastar dela para podermos então resolver as incógnitas que a vida nos oferece. Normalmente, as crianças no ensino fundamental 1 não costumam aprender sentenças matemáticas complexas envolvendo álgebras, no máximo com uma incógnita, justamente para que elas compreendam a oposição entre as operações matemáticas. Isto porque, segundo estudos diversos, é por volta do alvorecer, ( normalmente), da adolescência, que começam as formulações de hipóteses. É onde o tal "aborrecente" começa a questionar tudo num nível de autoridade compatível a uma pessoa bem vivida e por vezes costumam nos assustar, em alguns casos, porque superam alguns adultos, até os pais, na capacidade lógica e fria de racionalizar e fornecer respostas para problemas que outrora eram complexos para nós. E rimos, principalmente se forem nossos rebentos.
     Infelizmente, muitos de nós enterramos a nossa vida na infância e adolescência, e o tempo passa, e não permitimos crescer. Estamos apegados ainda a visão fantasiosa que fizemos da vida e do mundo. Quando criança, é normal sonhar, fantasiar até um certo limite. Quando adolescente, questionar, se rebelar, buscar um grupo de identificação, chorar, gritar, apaixonar-se perdidamente, etc. Muitos não conseguem ter adolescência e sim apenas a puberdade. Adolescentes forçados a "amadurecer" antes do tempo e como toda fruta forçada ao amadurecimento, não compreendem o verdadeiro sabor da vida. Outros são protegidos como que dentro de uma bolha, pelos pais, religião, etc. , também ficam abafados, como uma mola apertada nas mãos que de repente quando abrimos a mão, ela sai pulando para todos os lados. Bom mesmo, é viver todas as fases no seu tempo. Não quero dizer assim que devemos abandonar a nossa criança interior, mas aprender a olhar o mundo com os olhos menos fantasiosos, bobos de uma criança que ainda é levada por um estranho que lhe é oferecida uma bala  e ela acredita e julga que aquela pessoa é boa, quando pode ser um monstro por dentro. Para isso, precisamos alertar e cuidar desta criança.
     As nossas pessoinhas aqui, dentro de nós, precisam de constantes alertas. Precisamos nos lembrar constantemente que nem toda oferta de doce é um carinho em si, que o bicho papão não aparece quando apagamos a luz, que muitos medos estão dentro das nossas cabeças, que não somos mais aquele ou aquela adolescente taxada de rebelde ou superprotegidos pelos pais. Que na vida, nem sempre a frieza do oito ou oitenta funciona, nem tudo  Que não somos a formação religiosa da nossa família. Enfim, libertarmos-nos.
     Segundo rege a nossa Justiça, a partir dos onze ou doze anos, a criança pode escolher com qual membro da sua família prefere ficar, em caso de separação. A sua idade já lhe permite arrazoar. Que possamos, juntos com o nosso adolescente interno, fazer escolhas com base no que nos faz bem, sem a pressa da adolescência que insiste em pensar que tudo precisa se resolver hoje, mas com a maturidade de um adulto que acordou para a vida e entendeu o que passou na sua história e prefere hoje, escrever com uma nova tinta e caligrafia, o seu novo caminho.
    Nem sempre somos nossos senhores...mas tudo na vida passa. E que bom que passe e vá embora, levando consigo seus efeitos.       


Obrigada pela leitura.
Iracema Correia  

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