Violência obstétrica – onde ela começa?

Um texto, poucas palavras, resumo dos sentimentos da falta de apoio na gravidez! 


Violência obstétrica – onde ela começa?

por moniquinhadavila


A violência obstétrica parte da questão do profissional que tem “poder” sobre a gestante, parturiente e puérpera. Mas também parte da sociedade que acha que a gestante para de ter direitos quando começa a carregar o bebê “de alguém”.
O marido tem uma posição complicada nessa questão. Ou ele é defensor ou é perpetrador da violência obstétrica, enquanto parceiro que não defende sua esposa e seu filho.
Lembram quando falamos “onde está a mãe e pai dessa criança que vê o que acontece e não entra na frente, não briga e não defende?” nas questões de bulling ou de violência familiar?
Pois o marido está exatamente na mesma posição na questão da gestação, parto e pós-parto de sua esposa amada. Amada? Pois lembrem que “quem ama, cuida Quem ama, respeita. Quem ama protege…”
Muitas vezes o marido não entende os medos da esposa. E tem os dele próprios. Pois imagine que você está em outra posição. Imagine, marido, que você é o “parturiente” e sua esposa lhe diz para “deixar de frescura e fazer A, B ou C” com seu corpo porque ELA tem seus medos e não dá a menor bola para os seus. A sensação de abandono e desamparo…
Entendi um dos medos do meu marido quando, numa conversa irritadíssima, falei “tá, imagine que eu morro, você terá de cuidar das meninas, comece agora!”e recebi a resposta “nem fale nisso”. Pois um dos famosos medos masculinos é perder a esposa no parto. Ah, o parto assassino, o parto cruel, o parto… Está naquele estágio em que o medo deles é a morte, mas não se incomodam com o “estupro”. Só entende daquele medo quem também o tem. E os homens, naquela visão masculina de “se o estupro é inevitável, relaxe e goze” (sim, infelizmente muitos deles pensam assim!!! Por mais que digam que não…), não conseguem compreender o pavor das mulheres que descobriram o que é violência obstétrica. O que é ser levada para o “matadouro” sem que seu marido a defenda, inclusive dando razão ao “violentador” por ter na mente os pensamentos retrógrados da assistência ao parto que pressupõe que a mulher é incompetente, não sabe o melhor para si e morrerá no parto…
Eu acredito que não tem melhor jeito de descrever a violência obstétrica, para tentar “colocar na ideia masculina” do que compará-la com o estupro. ISSO eles precisam entender. Que talvez as feridas físicas sejam curadas, mas as emocionais? Essas talvez acompanhem essa mulher e terminem com sua felicidade, com sua alegria de viver.
Antes da minha desnecesárea, eu tinha na minha “descrição”: Quem eu sou? Sou feliz. Depois dela? Não tenho mais essa frase há muito tempo. Uma inquietação e uma infelicidade volta e meia permeiam a minha vida. Tenho bons momentos? Tenho. Mas não posso mais escrever “SOU feliz”…
O respeito, o apoio, a confiança (é, precisa confiar na mulher para deixa-la parir!!!!) fazem parte de um casamento… Por que eles precisam ir embora na hora do parto e o maridão quer que eles voltem magicamente depois de permitir toda a violência, invasão, agressão na hora do parto? Maridos, pensem a respeito… Família a gente dá um jeito de escapar e relevar, mas marido? Não. Marido está ao nosso lado. E se estiver ao nosso lado para ajudar o “monstro” a nos prender… Ah, isso a gente não esquece. E nem sei se perdoa!!!

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